A governança corporativa é o conjunto de regras, políticas e procedimentos que regem a gestão de uma empresa e orientam o relacionamento entre os diferentes stakeholders (interessados) como família, familiares, acionistas, diretores, funcionários, fornecedores e clientes. Ela tem como objetivo principal assegurar que a empresa esteja sendo gerida de forma ética e responsável, visando o crescimento e o sucesso a longo prazo.

Existem diversos modelos e abordagens para a governança corporativa, mas todos têm como base os princípios de transparência, responsabilidade, independência e equidade. A transparência refere-se à necessidade de se tornar públicas as informações relevantes sobre a empresa, de forma a permitir que os stakeholders possam avaliar seu desempenho e tomar decisões informadas (gostamos muito de modelos de gestão a vista para isso). A responsabilidade diz respeito à obrigação dos gestores da empresa em agir de forma ética e justa, considerando os interesses de todos os stakeholders. A independência refere-se à necessidade de que os diretores e membros do conselho de administração sejam independentes, ou seja, que não estejam sob o controle de outras partes interessadas e possam tomar decisões objetivas. Por fim, a equidade significa que todos os stakeholders devem ser tratados de forma justa e igualitária.

Sendo assim a governança corporativa nada mais é do que a estrutura de governar uma empresa, e é nela que se determina como as decisões são tomadas e como os diferentes grupos de stakeholders são representados. As duas principais estruturas de governança são a monocrática, em que o poder é concentrado nas mãos do CEO (Chief Executive Officer) ou do conselho de administração, e a democrática, em que o poder é dividido entre os diferentes grupos de stakeholders, como acionistas, funcionários e clientes.

A governança corporativa é importante por diversos motivos. Em primeiro lugar, ela contribui para a confiança dos investidores e para a estabilidade da empresa, já que assegura que a gestão está sendo realizada de forma responsável e transparente. Além disso, a governança corporativa também pode aumentar a eficiência da empresa, já que orienta a tomada de decisões de forma a maximizar o valor para todos os stakeholders.

Existem vários modelos de governança corporativa, cada um com suas próprias características e abordagens. Alguns dos modelos mais comuns incluem:

  1. Modelo de acionistas: neste modelo, os acionistas são os principais responsáveis pela governança da empresa e têm o poder de tomar decisões importantes, como a escolha dos administradores e a aprovação de grandes investimentos.

 

  1. Modelo de conselho de administração: neste modelo, o conselho de administração é responsável por tomar as principais decisões da empresa e supervisionar a gestão da empresa. O conselho é composto por administradores independentes e representantes dos acionistas.

 

  1. Modelo de gestão participativa: neste modelo, a participação dos funcionários na tomada de decisões é incentivada e valorizada. A empresa pode utilizar técnicas de participação, como reuniões de equipe e grupos de discussão, para incluir a perspectiva dos funcionários nas decisões estratégicas.

Aqui na UCON é prática constante a criação de Conselhos, principalmente devido as características dos nossos clientes que normalmente são pequenas e médias empresas, em suma maioria de estrutura familiar ou sócios que eram colegas de profissão e decidiram em algum momento empreender juntos.

Nós chamamos esse programa de “Governança Executiva”, pois é um misto da Governança Corporativa com a Gestão Executiva, isso porque normalmente nesse perfil de empresa os sócios exercem os principais cargos executivos na operação e misturar essas duas práticas foi crucial para o sucesso dos nossos clientes.

Para melhorar o entendimento é importante saber que a gestão executiva é responsável por garantir que a empresa esteja seguindo as melhores práticas de governança corporativa, ou seja, que esteja sendo gerida de forma responsável, com executivos capacitados, garantindo que empresa esteja preparada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado.

Quando resolvemos descomplicar a Governança Corporativa e trazer essa prática para as pequenas e médias empresas percebemos que seria importante alinhar diferentes áreas da empresa, de forma a garantir que todas elas estejam trabalhando em conjunto em prol de objetivos comuns. Então envolvemos todos os sócios, que também são os executivos, em um programa cruzado, ou seja, em um ritual de governança sem deixar de lado o papel dos executivos na execução da estratégia.

Foi isso o que pensamos quando estávamos decolando os clientes da UCON e precisávamos trazer todos para o mesmo lado. Fizemos uma convergência de metodologias, o que trouxe muito êxito em todos os projetos realizados, pois conseguimos criar uma identidade única na empresa organizando o papel de cada sócio executivo como guardião de uma gama de metas, processos e objetivos a serem alcançado.

Outro ponto muito interessante sobre a Governança Corporativa é que hoje em dia para se conseguir atenção do mercado e obter linhas de crédito atraentes ou eventuais investidores um fator muito analisado é o modelo de governança, pois imagine você emprestando dinheiro a longo prazo para uma empresa que não tem transparência na operação, um plano de sucessão, que possui conflito de interesse entre os sócios e uma falta de visão sobre futuro do negócio. Você emprestaria? Você investiria?

Pode parecer coisa só de grandes corporações, mas isso é dever de qualquer empresa para assegurar que essas ações estejam contribuindo de forma positiva para o sucesso do negócio.

 

 

Artigo escrito por Rafael Netuno – Fundador e CEO da UCON Consultoria